Durante o ano de 1942, era evidente para todos que o ónus da deterioração das condições de vida estava a pesar no quotidiano dos portugueses e em especial sobre os trabalhadores rurais. O agravamento da inflação, a falta de géneros, as crescentes disparidades sociais, alimentadas pelos expedientes da Guerra e pela “economia” do volfrâmio, tudo isto estava a gerar um clima de pobreza generalizada na sociedade portuguesa.
É atendendo a este retrato social nacional, mas com reflexos e contextos locais bem fortes e claros, que a família Souza Baptista vai criar, em 19 de Abril de 1942 com inauguração oficial em 28 de Junho, a Casa do Povo de Valongo do Vouga, como primeira resposta social para uma população fortemente rural, empobrecida, analfabeta, sem apoio médico regular, sem respostas ao nível da infância, das famílias carenciadas e da velhice. Define como primeiras metas de intervenção o apoio à infância, o combate ao analfabetismo, à pobreza e à melhoria da saúde das populações.
Em meados dos anos quarenta a Câmara Municipal de Águeda acelerava a eletrificação de parte do concelho; para tal concessiona esse serviço a cooperativas elétricas de âmbito local. A freguesia de Valongo era altamente deficitária e só as zonas centrais tinham energia elétrica.
Souza Baptista adquiriu a totalidade das cotas da Sociedade Eléctrica de Valongo do Vouga, Lda., e comprou os direitos de concessão de distribuição da energia elétrica para a freguesia de Valongo do Vouga, para a 9 de Setembro de 1952 oferecer, através de escritura de doação, a concessão da rede elétrica à Casa do Povo de Valongo do Vouga.